segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Último dia em Israel - Tel Aviv

São 9h00 da manhã, apanho o Autorcarro 480 para Tel Aviv na Central Bus Station. A viagem demora cerca de 1 hora.
O autocarro parou no terminal de combóios em Tel Aviv. Fiquei a saber que poderia apanhar ali o combóio para o Aeroporto de Tel Aviv, apos perguntar a um segurança da estação. Tentei saber se possuiam cacifos para poder deixar toda a minha "tralha" (que não era tão pouca quanto isso) lá, mas disseram-me que não, conclusão teria que andar com tudo atrás, só me falta mais esta, para terminar em beleza a minha estadia em Israel. Merav Amir me tinha dito no dia anterior que, após chegar a Tel Aviv deveria apanhar o autocarro 5 e pedir ao motorista que me dissesse para sair na Square Milano. Eram 10h05, um pouco cedo, mas decidi ir o quanto antes porque não sabia onde era e se levaria algum tempo a lá chegar, pois tinha combinado encontrar-me com a Merav às 12h00. Estava um autocarro 5 pronto a partir, perguntei ao motorista se passava pela Square Milano, e ele após pensar um pouco disse-me que sim, isso levou a que me viesse à cabeça a minha última viagem de autocarro em Jerusalem, quando o motorista se lembrou que eu deveria ter saído duas paragens depois. Durante toda a viagem, tentei ver se nas paragens ou no nome das ruas via escrito Square Milano. Desta vez correu tudo bem, o motorista mandou-me sair e era aquele lugar, pelo menosera o que estava escrito na placa de paragem do autocarro. Eram 10h45, muito cedo para o encontro, decidi ver se encontrava algum café por perto, onde pudesse beber um café e me sentar um pouco para passar o tempo. Após andar algumas centenhas de metros lá encontrei um. Entrei, pedi um café expresso e qualquer coisa para comer. Sentei-me na esplanada. Enquanto ioa apreciando o meu café expresso, ia admirando as vistas da cidade em redor. Não eram tão bonitas com as de Jerusalem. Precebe-se que Tel Aviv é muita cidade ocidental, mais moderna. Muitos prédios altos, muito cimento e vidro. Aproximava-se a hora, caminhei novamente para o local de onde tinha saído do autocarro, porque aí era o local combinado. Faltavam 10 minutos para a hora, telefonei à Merav, para lhe dizer que já lá estava. Ela então disse-me que se encontraria comigo num café que ficava no cruzamento chamado "Zorik" dentro de 10 minutos. Como antes tinha andado à procura de um café e aquele tinha sido o único que tinha visto nas redondezas, caminhei novamente para lá. Mas ao chegar, mais uma vez, verifiquei que os nomes estavam em hebraico, não sabia se era aquele ou não. Começo a olhar em volta para ver se vejo alguém com ar que saiba inglês à qual pudesse perguntar se era o café correcto. Vejo uma jovem a atravessar a rua. Pergunto-lhe se fala inglês, disse-me que sim, num inglês bastante bom. Disse-lhe que me ia encontranr com uma pessoa num café chamado "Zorik", mas não sabia se era aquele. Disse-me que aquele não era, chamava-se "Aroma" (engraçado é o mesmo nome do café que estava em frente ao hotel, sei porque a rede wifi de lá era a aroma.co.il). Disse-me que não conhecia nenhum café com esse nome popr ali mas, prontificou-se a falar com o meu contacto caso lhe quisesse telefonar para saber onde era. Telefonei novamente à Merav e contei-lhe o que se passava e disse-lhe para falar com a jovem. As lá falaram em hebraico, não percebi nada mas, quando terminou disse-me com um sorriso na cara "afinal a pessoa é uma ela!", respondi que sim. Disse-me que o café que queria era um pouco complicado de me indicar a partir daquele ponto mas que a Merav me iria buscar em frente ao Aroma, agradeci e despedi-me da moça a qual me desejou uma boa estadia em Tel Aviv (simpática a moça, não é muito comum por estes lados).
Passados poucos minutos, toca o telemóvel e quando ia para atender, viro-me ligeiramente e reparo numa rapariga a caminhar na minha direcção. Penso que será Merav, e não me engano. Merav era uma rapariga dos seus trinta anos, extremamente simpática. Feitas as apresentações fomos tomar um café no Aroma para podermos conversar. Primeiro expliquei o porquê da minha visita a Israel, depois expliquei-lhe que tinha sido a Yehudit que me tinha dito que seria uma boa ideia me encontrar com ela, porque era a pessoa que estava mais por dentro das tecnologias na organização.
Disse-se que uma das suas funcções era a programação. Pois bem, senti-me em casa, finalmente podias falar com alguém sem ter receio de estar a falar para alguém que não percebesse o que eu estava a falar. Como andava com o meu portátil (nestas alturas é que vemos que o portátil não é nada portátil, pesa "toneladas", experimentem andar com ele um dia inteiro... :) ). Mostrei-lhe a apresentação que tinha preparado para a Machsom Watch. Expliquei-me de uma forma detalhada, a plataforma, tanto a genérica com a sua adaptação à Machsom Wacth. Ela disse-me que gostava da ideia, que era uma boa ideia, só que tinha dúvidas se conseguiria aplicá-la na organização, porque a maioria das mulheres que são membros são tenofóbicas. Ela andava já à bastante tempo a tentar que os membros utilizassem a câmara de filmar aquando das suas rondas, pois quase todos os vídeos que a organização possúi foram filmados por ele, e elas mostram-se muito remitentes ao uso de novas tecnologias. Explicou-me que o telefone para elas é só para receber e fazer chamadas, só sabem que o botao verde atende e o botão vermelho rejeita (durante as rondas que eu acompanhei houve certas situações que me apercebi exactamente disso...). Mas tirando isso achava que o sistem era bastante bom é seria bastante útil caso não fosse estes entraves. Respondi que, pessoalmente, achava que, apesar de que na actualidade existirem bastantes pouco jovens na organização, ao longo do tempo o eixo de idades deveria se inverter, porque mais jovens entrariam para lá. Explicou-me que para os jovens que estão na organização não é muito fácil, pois todos os membros têm de prescindir de um dia de trabalho por semana para ir para os chekpoints e isso não é muito fácil.
Mesmo assim, transmiti-lhe a minha confiança que o sistema poderia ser aplicado à organização e os seus membros poderiam, sem grande esforço, utiliza-la como suporte nas suas acções. Merav, sorriu, e reiterou a sua teoria, que seria um óptimo sistema se não fosse para ser aplicado na Machsom Watch.
Ainda houve tempo para a Merav efectuar testes reais com a aplicação. Estavamos a chegar ao fim. ela tinha que ir trabalhar. Trabalhava em casa, disse-me que se eu quisesse poderia deixar as coisas em sua casa até às 16h00, enquanto eu poderia ver um pouco de Tel Aviv. Aceitei a oferta, fui até à sua casa e deixei lá as coias, estava lá lá outra mouça, percebi que aquela casa era tipo de uns escritórios. Sai trazendo somentte a minha câmara e fui dar umas voltas não muito longe do local. Às 16h00 em ponto estava à porta e telefonei à Merav. Ela abriu-me a porta, fui buscar as minhas coisas, despedimo-nos rapidamente, porque ela estava no meio de uma reunião.
Apanhei novamente o autocarro 5 para a estação do caminho de ferro. Na estação comprei o bilhete para o aeroporto mas fiquei sem saber em que plataforma eu teria que apanhar o combóio. Mais uma vez, nada escritoem inglês. Começo a olhar em volta quando jevo um homem (deveria ter mais ou menos a minha idade) a passar por mim, pergunto-lhe se fala inglês. Respondeu que sim e, após lhe perguntar qual era a plataforma para apanhar o combóio para o aeroporto, disse-me que poderia-me indicar, pois também ia apanhar esse combóio. Ao longo do caminho, foi fazendo perguntas do dipo, o que é que eu tinha ido fazer a Israel, se conhecia lá alguém, se tinha visitado alguém, etc. Comecei a achar que o tipo de perguntas que me estava a fazer, algumas delas eram pouco usuais para serem feitas a alguém que não conhecemos. Entretanto chegou o comboio, entrámos, desejou-me boa viagem, e foi-se sentar na carruagem da direita. Durante alguns segundos, dei comigo a pensar nas perguntas que ele me tinha feito. Olhei para a carruagem da esquerda estava vazia, estava para ir para lá, quando de repende olho para a da direita e reparo qie estava ele, semi cruvado a olhar para mim (porque estava de costas para mim). Pensei rapidamente, edecidi ir para a mesma carruagem onde ele estava, para não dar nas vistas. Perguntei-lhe se me podia sentar ao pé dele, disse-me que sim. Naquele combóio, os assentos são conjuntos de 4 lugares com uma mesa no meio. A pessoa que ia à nossa frente levantou-se, e ele passou para o outro lado (para a minha frente). Pousou umas folhas agrafadas que trazia consigo escritas em hebraico. Então começou a parte mais estranha da viagem. Ele lia durante alguns segundos, e depois fazia perguntas, eu respondia-lhe e ele riscava, nas folhas e fazias puxadas de notas nos lados das folhas, parecia um autêntico interrogatório. A mais estranha foi perguntar-me se tenho muito o costume de fazer viagens sózinho. Respondi-lhe que não, mas tinha recebido esta viagem como bónus do meu chefe, como prova de reconhecimento do meu trabalho. Enquanto estava a falar com ele, peguei no telemóvel e fiz de conta que estava a enviar um sms. Na verdade estava a apagar todos os vestígios que tinha lá, como era o caso da aplicação, númros efectuados e recebidos, para o caso da situação dare para o torto não haver provas concretas.
Finalmente chegou a estação onde era para eu sair, despedi-me, e saí, e confirmei que ele continuou no combóio. Estava no aeroporto, já não faltava muito até estar em casa novamente. Durante toda a noite que passei no aeroporto, passei-a a destruir aos poucos todos os indicíos que tinha e a espalhá-los pelos mais diversos contentores do lixo (já sei que estão a pensar que isso era demais, mas depois da minha viagem de combóio com aquela personagem misteriosa, muita coisa me passou pela cabeça, e mais vale prevenir do que remediar...).
O aviso mais engraçado que ouvi até hoje num aeroporto foi aquele que passava de 10 em 10 minutos lá. "É expressamente proíbico andar armado dentro das instalações do aeroporto", caso não tivesse visto como as pessoas andam na rua, pensaria que aquilo era alguma piada... mas não, qualquer um anda armada em Israel e, isso assusta.
Chegou a hora de fazer o check-in, primeiras inspeccções, tudo bem. Calhou-me uma moça para inspeccionar a minha bagagem. Só a mala coim a roupa seria inspeccionada. Lá fez os testes todos e nada deu de errado. Perguntou-me se trazia algum tipo de dispositivo electrónico na mala, disse-lhe que não, foi então que me lembrei que trazia um pequeno camelo que tinha comprado para a minha filha. O boneco falava. Era um camelo que tinha escrito "I love Jerusalem". Perguntou-me se falava, disse-lhe que sim e então premi o botão e o Camelo lá disse "I love You", a jovem olhou para mim, sorriu, viou o polegar para cima como em sinal que tinha gostado do que tinha ouvido e disse-me, ainda a sorri, que podia seguir.
Última inspeção, à minha mochila, câmara e boneca que tinha compredo para a minha filha. Mais uma jovem toda simpática, lá inspeccionou tudo, até a boneca tive que retirar o papel de embrulho, para ser analisada. Tudo correr bem, depois teve a preocupação de arranjar um pouco de fita cola para poder embrulhá-la de novo. Resultado quando estava a chegar à porta de embarque era o último. Disseram-me que era o último, pedi desculpas, mas apetecia-me lhes dizer que se queriam pôr culpas em alguêm que as pusessem na segurança, que passa-se lá tempos infinitos.
Quando Aterrei em Espanha, e pisei solo europeu, sabia que estava finalmente bem. Quando passei pela porta de desembarque, o segurança que estava à porta tinha sido o mesmo que me tinha feito a revista à ida e não é que ele ainda se lembrava de mim? Cumprimentou-me, e eu cumprimentei-o a ele. Está a acabar, pensei eu.
Para terminar em grande esta minha viagem, nada melhor do que voltar para casa no mesmo avião do que a equipa de sénior basquetebol feminino Russa. Eu sou alto mas havia lá duas, que eram muito mais altas do que eu, senti-me bem, nem é sempre que não se é a torre mais alta...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Contactos

Rabbis for human rights
Olivetree
Committee against house demolitions
Tayush

Yehudit Elkana - 054.4440994 - 02.5662877
Avital Toch 054.2065286
Maya Baily 054.4763837 - 02.664860
Efrat Benvenisti 050.7423271
Leah
Ronny Perlman
Natanya Ginsburg 054.2333053 - 02.6418387
Phyllis Weissberg
Rina R.
Scholmitz
Yael Shalem 052.6430018 - 02.6430018

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ultimo dia em Jerusalem

Mais um dia, o último nestas andanças. Hoje foi um pouco mais tarde, cerca das 6h45 da manhã fui para o ponto de encontro acordado com a Maya Baily. Eram 7h05, quando um mitsubishi carrinha parou perto de mim. Perguntaram se era eu, e após confirmação, entrei no carro. Lá dentro encontravam-se A Maya Baily e a Rina R.. Feitas as apresentações, perguntaram-me onde já tinha estado, disse-lhes os sítios em que tinha ido. Disseram numa forma muito rápida o itinerário, para essa manhã: Abu Dis e arredores.
Seguiram-se as perguntas do costume, o que eu tinha vindo a fazer aqui. Depois de explicar, pela 6 vez a “história da minha vida”. Perguntaram-me como funcionava a plataforma. Expliquei mais uma vez o funcionamento da plataforma, salientando os benefícios que ela apresenta, mas também realçando que agora que estava a ter um conhecimento mais profundo da organização, das suas acções e necessidades, que o actual sistema só poderia ser considerado completo com o acoplamento de mais dois módulos, um de vós e outro de sms. Conclusões que tinha chegado após as conversas com os membros anteriores, com Yehudit e também pela minha observação no campo. Começaram por me dizer, que já estavam velhas para essas andanças, isso era para os novos, não para elas. Maya começou por explicar que tinha comprado à pouco tempo um telemóvel e nem sequer sabia funcionar com ele, como poderia ouvir as mensagens de voz, etc. Quando mais ter que aprender a trabalhar com uma aplicação nova. Ofereci-me para lhe explicar o funcionamento do telemóvel, enquanto seguíamos caminho, eu ia estudando o telemóvel. A viagem foi longa, por isso fomos conversando sobre o que se passa nos postos de controlo segundo a experiência delas. Elas, têm a mesma opinião do que todos os outros membros até este momento que contactaram comigo. A maioria dos problemas é causada pelos militares. O desrespeito que eles têm pelas pessoas provoca a que haja ódio (isso posso confirmar, que assisti a muita falta de respeito e até humilhação provocada pelos militares.).
Chegámos eram perto das 08h00, estávamos nos arredores de Jerusalem, no posto de controlo de Sheih Sa’ed. Explicaram-me que era um bairro que estava partido ao meio, por um muro e um posto de controlo. As crianças e adolescentes tinham que passar pelo posto de controlo para irem para a escola que estava do outro lado. Só havia um posto médico e, quem estivesse doente ou obtinha os vistos para passar ou tinha que ir da a volta para passar por outro posto de controlo que ficava a muitos quilómetros de distância, Adu Dis.
Rinna, entretanto foi falar com um soldado. Após algum tempo disse-me que aquele soldado ainda não estava “convertido ao sistema”, porque era o seu primeiro dia num posto de controlo, por isso era bastante simpático e delicado. Disse-me que isso desaparece pouco tempo depois, porque eles parecem que levam uma “espécie lavagem ao cérebro” de tal forma que não vêm os palestinianos como pessoas, para eles se eles sofrem ou não é indiferente, e para muitos, quando mais sofrem melhor (incompreensível e triste de verificar que é a pura realidade do que se passa.)
Ia-mos a caminho carro quando reparámos num homem sentado no lado da estrada, com duas sacas que tinham alguma coisa lá dentro. Após falarem com ele, soube que nas sacas estavam azeitonas, cerca de 45 kg, que era a quantidade permitida para entrar no posto de controlo, para quem tem Visas de permissão de passagem. O que acontecia é que a mulher dele tinha visa de permissão e ele não, viviam na mesma casa, mas um tinha outro não, logo ele não podia entrar com as azeitonas. Tinha que esperar pela mulher ou por alguém que tivesse o visto de permissão e as levasse pelo posto de controlo e apesar disso naquele momento mesmo quem tivesse o visa, os militares não deixavam entrar. Maya foi falar como o soldado mais graduado do posto, para saber porque não estavam a autorizar a entrada das azeitonas, visto que o decreto falava que até cerca de 45 kg era autorizado. Voltou algum tempo depois, e disse-me que o soldado lhe tinha dito que naquele momento não tinham autorização para entrar, na semana passada tinham, mas não agora. Maya e Rinna telefonaram para diversas pessoas a pedir justificações, entretanto passados algum tempo, chegou um carro, e o homen colocou lá as sacas com as azeitonas, para onde foram não chegámos a saber. Poderão ter ido por outro posto de controlo.
Visto não haver mais nada a resolver no local, decidimos ir para outro local mas antes explicaram-me a diferença que havia ali, dum lado (lado israelita) tinham locais para por o lixo e teoricamente (digo teoricamente, porque aquilo estava tudo cheio de lixo espalhado no chão) havia recolha, porque pagavam a taxa de recolha etc. No outro lado do posto de controlo havia uma ribanceira e era aí que deitavam o lixo que, de tempos em tempos, tinha que ser queimado, devido ao volume. Porque para virem depositá-los no outro lado do posto de controlo, os soldados tinham que inspeccionar os sacos e isso eles não fariam, por isso o mais fácil mesmo é amontoar o lixo (era impressionante a quantidade de lixo e o cheiro, tive pena de não poder tirar uma fotografia, mas era na direcção do posto de controlo e isso estava fora de questão.)
Pusemo-nos a caminho de Abu Dis. Mais um bom bocado de caminho por terras desérticas e áridas. Passámos pelo famoso Monte das Oliveiras, Vimos ao longe o Mar Morto. Chegámos a Adu Dis, o cerco com os muros mais altos (deveriam ter a altura de 7 a 8 metros de altura mais um metro de arame farpado enrolado). Também aqui dividiram uma cidade ao meio, uns estão no lado Israelita e têm todas as regalias e outros estão do outro lado sem qualquer tipo de regalias, separaram famílias, que sem terem Visas válidos não se poderiam ver (não tiveram cuidado nenhum na divisão). Na opinião da Maya, ou tinham posto toda a cidade cercada ou nãao, porque pior do que estar cercado é separar famílias que algumas estão a apenas a alguns metros de distância, mas que não se podem ver. Enquanto me iam mostrando em redor do muro vimos um pequeno posto de controlo numa abertura muito pequena no muro. Explicaram-me que aquele era especial só poderia passar ali as pessoas que estivessem na lista, todas as outras não poderiam passar por ali.
Curioso de ver foi também que mesmo aqui dá para ver quem tem dinheiro tem privilégios. Junto ao muro (no lado livre), estavam vivendas luxuosas de palestinianos ricos, o muro contornava as suas casas. Estava tudo calmo e a correr na normalidade, decidiram ir para mais um posto de controlo, Vadinar.
Este posto de controlo ficava dentro dos territórios palestinianos ocupados. Era um posto e controlo de carros, com barricadas feitas com arame farpado. Rinna foi falar com o comandante, entretanto eu e a Maya estávamos a experimentar a câmara do seu novo telemóvel. Começamos a ouvir um cão pequenito a ladrar sem parar, olhámos e vimos que ele estava preso no arame farpado. Tinha uma guita ao pescoço a qual ficou presa no arame farpado sem crer ou alguém a lá prendeu, e o prórpio cão estava com uma das hastes do rame farpado cravados no corpo. Olhámos e vimos um palestiniano a olhar mas nada fez, os militares muitos menos, então decidimos tentar retirar o cão de lá. Primeiro tirámos a haste eu lhe estava cravada no corpo, depois como não conseguimos retirar a guita do arame farpado, tivemos que, com cuidado retirá-la pela cabeça do animal. Por fim o cãozito, de poucos meses, estava livre. Entretanto a Maya, durante a operação de salvamento tinha também ela cravado uma das hastes do arame farpado num dos dedos estava a sangrar, pegou num lenço e estancou o sangue e foi caminhando para perto do militar com quem a Rinna estava a falar. Eu seguia. Eles falavam em hebreu, não percebia nada mas quando o militar se virou para mim e me disse “Good day Sir, Where do you came from?” Espantado e olhar para ele (cinquentão, de óculos escuros Ryan Ban, metralhadora numa mão e charuto noutra, encostado a uma pequena coluna de cimento armado, que pertencia à barricada no meio da estrada, e aindaa por cima com um sorriso que não gostei muito de ver), retribuí os bons dias e respondi de onde vinha. Despedimo-nos rapidamente e começámos a ir em direcção ao carro, no caminho explicaram-me que ele não tinha ficado muito contente por eu estar ali, aquilo era uma zona militar, não tinha o direito de estar ali (pela primeira vez implicaram comigo, isto foi uma daquelas situações que sempre tinha pensado que me poderia acontecer, e aconteceu).
A ronda da manhã tinha terminado eram 9h30, Maya deixou-me a mime à Rinna, na paragem de autocarro. Entretanto tinha lhes contacto o que me tinha acontecido com o bilhete no dia anterior. Disseram-me para ir lá reclamar e caso não desse resultado dizer que iria fazer uma queixa por escrito. Maya era da opinião de que eles nem sequer quereriam saber sobre o caso. Como a Rinna ia para o mesmo lado, para Central Bus Station, seguimos no mesmo autocarro, uma paragem antes do Central Bus Station, disse-me para sair ir antes directamente aos escritórios da empresa apontou-me uma prédio com umas letras azuis e disse-me que era ali. Despedi-me e sai do autocarro. Entrei no edifício indicado, após mostrar a bolsa da câmara (esqueci-me de mencionar nas entradas anteriores, mas aqui não se entra em lado nenhum, nem cafés nem em lado nenhum sem que haja um segurança à porta, muitas das vezes armados, a revistarem os sacos). Entrei, era grande tinha vários balcões de atendimento, personalizado, zona de câmbio, etc. Bem pelo menos aqui está uma boa organização, até me deu algumas esperanças, olhei em volta mais uma vez e para não variar nem uma palavra em inglês, estava um individuo no meio a comandar as operações, aproximei-me e perguntei-lhe se falava inglês, disse-me que sim, perguntei-lhe onde me poderia dirigir para falar sobre a um bilhete que tinha comprado, e mostrei-lhe o bilhete, disse-me para tirar uma senha e esperar pela minha vez que era em frente. Tinha o número 11, ia no 5, passados 15 minutos ia no 6 toca o meu telemóvel, era Rinna, a perguntar se já tinha resolvido, disse-lhe que não que tinha tirado um ticket e estava à espera da minha vez. Ela disse-me que caso eles fossem indelicados comigo para lhes dizer que iria apresentar queixa e depois desligou. Mais 10 minutos e só mais um número, olhava para os guichés de atendimento só via os funcionários a funcionar com montes de papelada, pensei qu deveria ser do passo ou assim, como se pode demorar tanto tempo a atender 4 guichés e apenas 2 clientes atendidos. Olhava para o relógio, estava a ficar tarde, ainda tinha que ir comer alguma coisa e apanhar o autocarro que me levaria para o ponto de encontro da tarde com a Natanya às 14h00, mas como ficava bastante longe, queria dar uma hora de trajecto mais a espera do autocarro, era 12h10.
Levantei-me e dirige a um balcão mais ao lado, e perguntei à menina que lá estava se falava inglês disse-me que um pouco. Ok é um começo, mostro-lhe o bilhete e começo a explicar a história, quando ela me interrompe e diz-me não é ali. Ok, pensei eu, à espera que ela me dissesse em que guiché era e se demorava muito. Quando ela se vira para mim e me diz: “This is a Bank. Up, up, up.”Devo ter ficado com uma cara de parvo mas se encontrar-se o indivíduo que me mandou tirar a senha e me mandou esperar acho que lhe batia. Sai, cheguei ao pé do segurança e perguntei se falava inglês ele encolheu os ombros, bonito, olhei para ver se via algumas escadas, mas não via, mas se ela me tinha dito up, up, em princípio era no andar de cima, penava eu, mas como é que se vai para lá? Aproximei-me do segurança novamente, tirei o bilhete do bolso e mostrei-lhe apontando para ele. Então disse-me qualquer coisa em hebreu, mas pela posição dedos quando acenavam percebi onde era. A entrada era de lado, estava um pouco escondida, à entrada olhei e à minha frente estava um placar com a distribuição os departamentos pelos pisos, mas estava tudo em hebreu, estava quase para dizer uma daquelas palavras quando olho e vejo uma rapariga que estava sentada atrás dum balcão minorca, mas ela ou era baixa ou não sei, porque mal se via. Perguntei-lhe se falava inglês (não tinhas muitas esperanças), disse-me que sim, perguntei onde deveria ir para tratar de um problema sobre bilhetes. Sexto andar, respondeu, chamei o elevador e lá fui eu. Sai e olho à minha volta corredores com portas fechadas e com os placares em hebreu (a isto chama-se azar), lá vi um homem, perguntei-lhe onde poderia encontrar alguém e ele apontou para um corredor. Bati uma porta, abri e expliquei à senhora que lá estava o que se tinha passado, disse-me para ir ao quinto andar, virar no corredor e ao fundo, lá fui, vi uma porta aberta e perguntei se era ali que tratava do assunto, expliquei e passado um pouco, mandam-me ir ao departamento financeiro, 6 andar. Lá fui eu, andei às voltas ainda tentei ler as placas mas não vi nenhuma que se parecesse com financeiro. Ena uma porta aberta, espreito, uma mocinha estava numa secretária, pergunto se fala inglês, diz-me eu não (pensava que hoje em dia todos os jovens falavam, enganei-me), levanta-se e vai indicar-me alguém para falar comigo, o qual me diz onde é o famoso departamento financeiro, então não era o mesmo onde eu tinha estado no inicio, porque não me disseram logo? Mas o que interessa é que me deram o dinheiro todo do bilhete (por esta não esperava).
Às 13h10 estava a apanhar o autocarro na Yafo St. para o ponto de encontro pergunto ao motorista se fala inglês, diz-me que não abanando os ombros, indico no mapa para onde quero ir, nem ler sabem (incrivel) vira-se para trás e deve ter perguntado se alguém falava inglês, então um jovem perguntou para onde queria ir, indiquei-lhe e ele traduziu para o motorista. Ele disse-me que passava, pedi o bilhete, 5.70 NILs (ena que diferença…), e o rapaz disse-me que o motorista me dia quando era para sair. Sentei-me por detrás do motorista, para ele me ver bem (melhor só se fosse em cima dele… ? ) andámos, andámos, e eu a ver as horas a passar, eu bem tentava localizar-me no mapa onde me encontrava naquele momento mas não conseguia. Até que o motorista olha para mim e pôs as mãos na testa (vi logo, já passei a paragem), disse-me para sair e que “go, go go, to other”, logo percebi deu bronca, olhei para o relógio 13h54. Pensei pela primeira vez vou chegar atrasado, o que não me agradou. Estava uma rapariga na paragem e perguntei-lhe se falava inglês , disse-me um pouco, apontei no mapa onde queria ir, e pelas indicações ainda era um bom esticão. Pus-me a caminho em passo de corrida, subi, subi, até que cheguei ao sítio, 13h59. Às 14h04 estava a parar o carro da Natanya perto de mim. Apresentamo-nos e seguimos viagem, esta senhora, foi uma das que mais gostei de trabalhar, pela maneira ela falar fiquei desde o início completamente descontraído, lá expliquei a história habitual. Fomos ter com o outro membro que me foi apresentada como Phyllis Weissburg, uma americana neutralizada israelita. Após explicar o conceito geral da aplicação tive que por a aplicação a correr com o meu sim português para demonstrar como funcionava (funcionou tudo às mil maravilhas). Seguimos para a nossa ronda. Primeira paragem A-Ram, tudo muito calmo, seguimos. Durante a viagem pela estrada 60, vimos jipes militares e da polícia, parados num dos lados e no outro carros palestinianos, e parecemo-nos haver confusão. Parámos o carro e fomos ver o que se passava. Tinha sido os colonos que tinham atacados uns palestinianos eu estavam a apanhar azeitonas, agrediram-nos usaram spray para os olhos e roubaram azeitonas. Phyllis foi falar com a polícia para saber o que estavam a fazer para resolver a situação, eles disseram que tinham prendido 2 e toda a situação estava sobre controlo. Segundo a versão dos palestinianos, era mentira, tinham detido apenas um, e não o tinham algemado, como fariam se fossem eles a ser detidos e sentaram-no perto deles e que mais parecia uma conversa informal. Phyllis e Natanya fazem uns quantos telefonemas para falar com certas pessoas, entretanto chega um individuo de mota, e pára ao pé dos militares e vai falar com eles, tinha uma câmara fotográfica profissional às costas, tudo indicava que era um colono que estava ali a vigiar as nossas acções. Após alguns contactos seguimos viagem, não havia mais nada para ali fazer, fomos para ATAR, território palestiniano (aí contei o que se tinha passado de manhã e disse que se calhar seria melhor ficar no carro) deram-me um crachá da organização, disse-lhes que esta minha barba não dava para passar por uma mulher riram-se e disseram-me que a partir daquele momento era convidado delas (posso dizer que esta foi uma das minhas saídas mais agradáveis, a boa disposição reinou sempre entre todas, com certas situações bem engraçadas que não vou descrever aqui, porque senão nunca acabava).
Paramos o jipe da Phyllis antes da rampa eu antecedia o posto de controlo. Subimos a pé, coloquei o crachá e segui. Estavam lá 4 militares com camuflagem, foi a primeira vez que tinha visto. E Começaram a olhar para nós contactaram a torre que se situava ao lado. Elas quiseram ir contar os carros que estavam do outro lado, e disseram-me para ficar ali. Aquilo estava a nadar muito, mas muito devagar. Quando chegaram disseram-me que estavam perto de 50 carros, para li são imensos, entretanto a Phyllis verifica que lá em baixo ao lado do seu jipe está um jipe militar. Pensamos logo que haveria problemas. O jipe militar subiu, virou e parou junto de nós (não gostei muito, ainda por cima depois do que se tinha passado de manhã). Disseram à Phyllis que o carro estava a transtornar o trânsito. Qual trânsito? Para já ele estava fora da estrada, e ela argumentou isso, e depois, daquele lado passava um carro de quando em quando. Dentro do jipe estavam 4 militares, de vez em quando olhavam para mim (não estava a gostar da situação) e olhavam para o crachá (acho que desta vez aquilo me salvou…).~
A Phyllis perguntou-lhe então onde poderia estacionar, ao qual o oficial respondeu: “Vá estacionar numa localidade árabe que os seus amigos gostarão de vos ver” (aqui está uma resposta que caso ele não fosse militar e eu não estivesse ali como estrangeiro, acho que lhe dava um bom par de muros naquela cara. Isto demonstra como eles são). E quando vínhamos embora ainda disse, “vá vão tirar a porcaria do carro dali que é melhor…” (sem comentários…).
Seguimos para Kalandia. Os portões estavam fechados, estavam lá cerca de 300 pessoas para passar, não sei se foi pela nossa presença ou não, os portões abriram, mas mesmo assim o movimento estava muito lento. Decidiram ver quanto tempo se estava a demorar para passar o posto de controlo. Lá fomos para dentro daqueles corredores de grades e arame farpado. Chegou a nossa vez de passar, como já tinha passado em Bethlehem, tirei o telemóvel e a carteira, pus dentro da mochila da Phyllis, e o cinto passo pela máquina. Mostrei o meu passaporte, abri-o na fotografia e segui, ouvia o soldado pouco tempo depois aos gritos pelo microfone a falar hebreu, mas não percebi o que dizia foi então que a Natanya, disse-me que ele queria ver o meu visa, lá voltei a trás e mostrei-lho. Quando a Phyllis passou começou a insultar o soldado, dizeno-lho que ele era um autêntico malcriado, porque eu era estrangeiro, não tinha o direito de me ter tratado assim, segundo pôr-se aos gritos em hebreu quando sabia perfeitamente que eu não percebia. O soldado perguntou-lhe porque eu não percebia hebreu (porque nunca aprendi, certo?), foi então que a Phyllis catalogou-o de burro, disse-lhe que eu era português, isto é se sabia onde ficava Portugal, que a língua que se fala em Portugal é o português não o hebreu (será que ele não sabia?). Demoramos 25 minutos para atravessar o posto de controlo.
Chegados ao lado de cá vieram ter connosco três mulheres, uma delas estava em trabalho de parto, teria que ir para o hospital imediatamente, não poderia ficar ali nas filas, se chamasse uma ambulância do lado palestiniano, não pararia no posto de controlo mas custava 600 NILs (120 euros). Natanya telefonou para o oficial do posto a reportar a situação, ela pode passar de imediato.
Vieram ter três indivíduos que não os deixaram passar, porque não tinham o s cartões azuis (têm que ser renovados de 2 em 2 anos). Os militares tinham ficado com eles e não sabiam onde eles se encontravam Após vários telefonemas para, esquadras de polícias, outros membros da organização, conselheiros, chegou-se à conclusão que não haveria solução os militares tinham perdido os cartões só lhes restava tirar outros. Mas hoje não poderiam passar, teriam que se arranjar por ali. Mas eles não tinham dinheiro, foi então que a Phyllis pegou em 100 NILs e deu a um deles, para aquela noite.
Para terminar um casal com dois filhos veio reclamar, porque um dos filhos vinha dentro de um carro de bebes, e nesses casos existe um portão especial para eles passarem ou para pessoas em cadeiras de rodas. Pediram à soldada o favor de lhe abrir o portão para poderem passar com o carro e ela mandou achatá-los e disse-lhes que se desenrascassem. O pior é que ela estava a comer durante a hora que deveria estar ao serviço e a gozar com a situação. Tiveram que desmanchar to carro todo e mesmo assim não foi fácil passar pelo portões rotativos. O homem ao ver que a Phyllis falava comigo em inglês, virou-se para mim disse-me em inglês: “os palestinianos querem a paz, os israelitas querem a paz, mas os militares não, só querem humilhar e matar…” (e tenho que concordar que pelo que vi, também fico com a impressão que a humilhação realmente faz parte de cada soldado).
Tinha terminado a ronda eram 18h30. Phyllis mora em Tel Aviv e seguiu viagem deixou-me a mim e a Natanya, que me convidou para comer uma especialidade de Israel, para ver que nem tudo era mau. Fomos comer KNAFFE e beber um café turco. Ok. Knaffe é bom, mas mesmo muito bom (para ser comido quente, queijo, com uma espécie de cenoura doce e pistacho ralado por cima), já o mesmo não posso dizer do café turco, amargado, amargo, grrrrr.
Assim termina a minha estadia aqui em Jerusalem amanhã sigo viagem paara Tel Aviv para me encontrar com a Merav.



domingo, 2 de novembro de 2008

3 de Novembro - 6.º Dia

Às 6h20 da manhã já me encontrava no ponto de encontro acordado com a Avital. Eram perto das 6h30 quando o carro da Avital parou ao pé de mim. Ao seu lado vinha outro membro que me foi apresentado como sendo Shosh Holper. Feitas as apresentações seguimos caminho para a primeira paragem da manhã. Parámos em Anata cerca das 6h50 e mantivemos nos lá até às 7h15. Anata é um posto de controlo para veículos entre bairros de indivíduos que não são israelitas, nem são palestinianos, encontram-se no meio dos dois povos. Todos os carros e as pessoas que passam a pé têm que ter um livre-trânsito verde, caso contrário, não poderão passar. A maioria que passava a pé eram crianças que depois do posto de controlo apanhavam os autocarros para a escola. Segundo Avital, hoje não se viam muitas crianças porque muitías não deveriam ter aulas ao domingo, porque durante a semana, são bastantes as que têm que passar pelo extenso corredor feito de barras metálicas e tendo como tecto arame farpado.
Os carros tinham que parar todos mostrar o livre-trânsito e o carro era revistado, tinham que abrir o porta-bagagens e só depois poderiam partir. Os autocarros eram inspeccionados com bastante cuidado, se traziam passageiros tinham que sair mostrar os livre trânsitos e o autocarro inspeccionado, só depois poderiam entrar e seguir viagem. Apesar de haver duas únicas filas, encontravam-se dispostos 3 militares por fila, um mais adiantado a inspeccionar carros mais afastado do posto de controlo, e outros dois junto ao posto de controlo, a inspeccionar outros veículos. Assim conseguiam inspeccionar 2 veículos por fila, porque dois soldados estavam só presentes para ver se as coisas corriam bem. Após, o posto de controlo, estavam mais 3 militares e um segurança civil armado (contratados pelos militares). Era curioso ver num único sítio 4 forças armadas, diferentes: militares, polícia, polícia militar e seguranças civis armados, Distinguem-se pela cor do facto e insígnias à excepção do milicianos que usam roupa normal com coletes à prova de bala.
Não foram detectados problemas. Entretanto Avital mostrou-me a diferença que existia entre o lado de lá do posto de controlo e o lado oposto ocupado pelos colonos. De um lado o "luxo", limpeza acompanhado de árvores e flores. Do outro o lixo acumulado no chão, o arame farpado, terras desérticas sem vegetação, e casas bastante degradadas. Senti que existia entre os membros da Machsom Watch e os colonos um clima de ódio. Os colonos são considerados como parasitas e os grandes causadores de grande parte dos problemas que existem. Estávamos a conversar até que olhámos para uma manobra de 4 mulheres que não tinham livre-trânsito para passar então puseram-se ao lado de um dos autocarros e andavam consoante o autocarro, como os militares estavam do lado contrário passavam despercebidas. Presenciámos a situação pensando que conseguiriam levar a avante a tentativa de passagem. Mas saiu frustrada, porque a pós passarem o posto de controlo o autocarro desviou-se um pouco para a direita e elas saíram cedo demais da sua protecção. No mesmo momento que o soldado mais avançado se virava para o sítio onde estava o autocarro (por acaso, porque ele não estava a contar) quando as viu começou a gritar para pararem e a correr na sua direcção, entretanto os outros militares empunharam as armas e viraram-se para o local. As senhoras, após terem sido detectadas começaram a voltar para trás por livre vontade, nenhuma força foi aplicada. Sholsh virou-se para os guardas e disse-lhes porque não as tinham deixado ir, elas já estavam do lado de lá do posto de controlo, os militares riam-se (como a gozar) e Sholsh disse-lhes que realmente tinham muita piada, eles olharam para ela e calaram-se.
Explicaram-me que eram mulheres de aldeias que não tinham os papéis porque não tinham direito a eles.
Ficámos mais um pouco, como tudo estava a correr na normalidade, decidiram ir para outros postos de controlo.
Seguimos viagem para o posto de controlo de A-Ram. A-Ram é uma cidade dividida por um muro alto de betão e arame farpado que separa a parte israelita e ocupadas pelos colonos e a parte palestiniana. Também aí tivemos pouco tempo, tudo estava a correr na normalidade. Pusemo-nos em movimento então para a paragem final, Kalandia. Foi-me explicado que Kalandia era o maior posto de controlo em Jerusalem, mesmo maior do que Bethlehem. Quando chegámos a Kalandia, fiquei um pouco confuso, pois porque passámos de carro o posto de controlo, e estacionámos no lado palestiniano. Explicaram-me que tínhamos entrado numa espécie de terra de ninguém, não era palestiniana, era israelita mas eles não queriam saber dela, era como uma zona de tampão, nem a limpeza faziam, bem isso notava-se bem.
Fomos então a caminho do posto de controlo propriamente dito. Quando entrei nem queria acreditar no que via. Parecia um hangar enorme, com centenas de pessoas, se não fossem mais do que um milhar, a empurrarem-se umas às outras, para ganhar vez nas filas.
Havia três portões. Em dois deles, as pessoas amontoavam-se mais para esses o outro estava mais vazia, mas mesmo assim contavam com umas boas dezenas de pessoas. Explicaram que aquele era designado como o corredor humanitário, usado exclusivamente por doentes a caminho do hospital, crianças e estudantes a caminho das escolas. Mas pouco tempo passou após a nossa chegada para as queixas começarem, parece que aquele portão, que em teoria teria que ter mis escoamento do que os outros ainda não tinha aberto às 7h35 da manhã. Avital pegou no telemóvel, e ligou para um dos responsáveis por aquele posto de controlo. Seis minutos depois o portão abrir-se-ia pela primeira vez, mas logo se fechou. Entretanto, por detrás de nós ouvia uma voz nos microfones a falar hebreu (mas que penso que era para dizer para mais alguns avançarem). Olhei, e pela primeira vez vi como aquilo se processava. Não queria acreditar no que via. Começavam a correr a empurrar uns aos outros dentro do túnel de grades e arame farpado em passo de corrida. Fez lembrar cenas de filmes do tempo da II guerra mundial quando os eleitos para serem mortos andavam para as câmaras de gás. A sério, senti-me um pouco mal, não fisicamente mas sim emocionalmente. Já tinha estado em outros, mas nada assim, quando os portões fechavam, os detrás continuavam a empurrar, os que estavam a frente por vezes quase que eram esmagados contra as grades. Isto só visto, porque não consigo descrever fielmente a realidade que presenciei. Estas imagens irão acompanhar-me durante algum tempo.
Entretanto começa a ouvir um alvoroço, e eram dois palestinianos que se tinham posto a lutar, presumo que deveria ser devido à posição nas filas, mas rapidamente a multidão conseguiu separá-los e tudo voltava ao estado anterior.
Entretanto Sholsh e Avital, oram telefonavam ora gritavam para o polícia graduado que lá estava, para pedir justificação do porquê do corredor humanitário estar muito mais lento do que os outros. Ao fim de cada telefonema de Avital, apercebia-me que o polícia recebia uma chamada e deixava passar mais uns quantos.
Olhava para aquela fila e via pessoas idosas que nem se conseguiam pôr de pé, crianças com ar de doentes e caras tristes que olhavam fixamente para mim. Algumas eram tão pequenas que me apetecia pegar nelas ao colo para tentar retirar-lhes aquele ar tão triste. Mas não quis interferir, por duas razões não quero interferir com a acção dos membros da organização e também nunca se sabe qual será a reacção dos familiares daquelas crianças, que olharam com desconfiança para tudo, o que é normal. Um ar que nunca saberei se era por estarem doentes ou se por terem que passar por toda aquela humilhação, sim porque para mim, considero que aquelas acções são feitas com o intuito de humilhar, só pode, não é possível poder-se agir assim com pessoas, principalmente com crianças. Sei que dirão que outros sítios serão bastantes piores, o que acredito, mas acreditem que é bem diferente ouvir-se falar ou ler sobre a situação ou ver-se ao vivo a real situação. Posso dizer que hoje costume estar a presenciar isto, sinceramente.
Tivemos lá até às 10h00, depois a Avital disse-me que tinha que levar umas pessoas (que ela trata por “família”) e que eu teria que apanhar o autocarro para a cidade. Respondi que sim. Só fiquei um pouco alarmado quando ela me disse que, não sabia se eu poderia passar com ela no carro no posto de controlo, porque só os israelitas o podiam fazer ou se os estrangeiros dentro de carros o poderiam também que fazer. Senão pudesse passar, teria que ir para ao pé dos outros e atravessar como todos os outros. Não gostei dessa parte, principalmente após o que tinha acabado de ver.
Entrei para o carro, e tentámos passar o posto de controlo, paramos elas identificaram-se, a Avital abriu o porta-bagagens e eu mostrei o meu passaporte a uma militar, verificou a validade do carimbo, entregou-me e mandou-nos seguir. Logo a seguir são do carro entra a “família” que já estava à espera e Avital indicou-me onde poderia apanhar o autocarro. Lá fui eu apanhar o autocarro para a cidade velha, para Damascus Gate.
Com a sorte eu tenho, o autocarro (que era um mini) estava cheio, fui junto à porta em pé. Durante a viagem começou-se a cheirar a queimado, o condutor pára o autocarro, manda sair toda a gente, como falou em hebreu não percebi se era a última paragem. Afinal era a consola ao lado volante que estava a deitar fumo, pouco depois mandou-nos entrar e segui-mos viagem, ele a conduzir com uma mão e com a outra a segurar a consola que nessa altura estava solta, ainda me ofereci para segurar mas ele disse que não era necessário. Acabámos por chegar, ao destino, aquilo já deitava fumo por todo o lado (eu realmente tenho bastante sorte).
Entrei por uma porta que nunca tinha entrado, na cidade velha. Conclusão ao início perdi-me, como era de esperar, sim porque as indicações em árabe e hebreu ajudam muito. Mas ao fim de algum tempo lá passei por sítios onde sabia que já tinha estado e aí foi fácil achar o caminho de volta (sempre tive uma boa orientação a partir da memória fotográfica de locais onde passo).
Chego ao hotel às 11h40, vou descansar um pouco e pôr o telemóvel a carregar. Às 12h20, saio vou comer e às 13h50 estou a apanhar o autocarro que me tinham indicado para ir ter ao local do encontro com a equipa da tarde.
Pergunto ao motorista se passa por Tantur ao qual ele respondeu que sim, pedi então um bilhete, ele pediu-me 224 NILs (cerca de 50 euros), questionei por duas vezes se era o bilhete correcto e porque era tão caro, disse que era aquele. Como tinha as coisas marcadas tive que pagar (mas custou-me bastante, nem sabem quanto). Bem olhava par o bilhete mas estava todo em hebreu e árabe (vou ter que ter uma conversa com o Yishay, sim porque ele sem me dise que tudo estava em inglês, não tinha que me preocupar, das duas uma ou ele não vem á já bastante tempo a Israel ou não é de Jerusalem que ele estava a falar.) Cheguei ao local, já fora de Jerusalem às 13h38, como o encontro era às 14h00 esperei à entrada da Tantur. Às 14h00 chegou um dos meus contactos. Apresentou-se como sendo Shlomit e disse-me que a Yael Shalem estava dentro da Tantur, tínhamos que a ir buscar. Fomos buscá-la e após me apresentar seguimos viagem para Bethlehem. Contei-lhes a minha aventura do preço do bilhete (estava atravessado no pescoço, 224 NILs), e elas perguntaram-me por é que eu tinha ido de táxi. Respondi que não tinha ido de táxi, tinha ido de autocarro, nº 18 como as indicações, disseram-me que era impossível esse preço, pediram-me para ver o bilhete, quando o viram disseram-me que me tinham vendido um bilhete mensal. O quê, perguntei eu? Desde quando é que se vende bilhetes mensais a turistas? (Realmente para trafulhas não estão nada mal) Então mostraram-me que lá estava escrito Novembro, e apontaram para o local. È pena eu não saber ler hebreu, fiquei fulo. Amanhã no tempo entre as duas visitas vou ver se e devolvem o dinheiro, duvido, mas tentar nunca custou nada. Durante a viagem fui explicando a plataforma como ela funcionava porque é que tínhamos adaptado a plataforma à organização delas, etc. Yael disse-me que para ela não era muito importante um sistema que recebesse informações do servidor. O que elas precisavam mesmo era de contactos por voz em tempo real e simultâneos (achei-a muito directa e sem rodeios, deveria ser por ser uma das veteranas da organização, e das terá mais conhecimentos sobre as acções a tomar no terreno).
Falei-lhe da conversa que tinha tido com a Ronny Perlman e com a Yehudit Elkana sobre essa questão. Entretanto chegámos ao destino: Matak Enzion, um posto onde os palestinianos têm que ir renovar o cartão electrónico para poderem ir trabalhar. Estavam lá bastantes palestinianos, alguns vieram ter com elas, porque sabiam que elas por vezes conseguiam por as coisas a funcionar. Chegámos às 14h20 e após algum tempo a conversarem com eles disseram que o problema residia no facto de que só estava um único soldado a trabalhar e que os outros que deveriam ter vindo não vieram trabalhar. Distribuiriam 80 fichas para serem atendidos desde o início da manhã até àquele momento só tinha sido atendidas 16 pessoas. A partir desse momento foi uma maratona delas com o telemóvel tiveram quase durante 4 horas (tempo que passámos no local) a telefonar. Isto veio verificar que realmente elas têm razão, há situações que o sistema desenvolvido não consegue ter nenhuma acção. Só os telefonemas é que geram acções mais ou menos imediatas. De tempos em tempos vinham explicar-me o que estavam fazer quais os problemas, etc. Havia pessoas que estavam ali desde as 3h00 da manhã para ganhar vez, algumas dessas nem sequer tinham sido ainda atendidas. Depois explicaram-me que o atendimento diário está atribuído a localidades, ou seja, cada indivíduo de cada localidade só tem aquele dia da semana para tentar tratar dos assuntos, caso não consiga, só na semana seguinte poderá lá ir. Havia pessoas que já era a terceira semana que estavam ali, já não podiam ir trabalhar à três semanas.
Todo o processo era bastante lento, e havia esquecimentos, propositados ou não, que originavam com que os indivíduos não tivessem o cartão electrónico válido. Desde situações como a de se esquecerem que retirar a impressão da palma da mão. E quando elas telefonavam para dentro para falar com o soldado, ele dizia-lhes que era azar, ele teria que voltar para a próxima semana para acabar o processo. Elas telefonavam ao comissário responsável e algum tempo depois o indivíduo estava a ser chamado para acabar o que faltava. Tudo isto demonstra uma falta de respeito pelas pessoas.
Das oitenta pessoas previstas, foram atendidas cerca de 30 a 40. As outras teriam que voltar para próxima semana. Ainda tentaram que pelo menos meia dúzia ainda fosse atendida mas após terem tido resposta positiva pelo comissário, passado algum tempo, e após novas tentativas para ele, para saber o porquê da demora, já não se encontrava disponível. Tivemos que vir embora porque os soldados fecharam o recinto e, ao jeito deles, pontapé das cadeiras e na porta, sim porque as mãos deles ainda não percebi bem para que é quer servem.
Não percebo nada de hebreu, mas apercebi-me algumas das conversas telefónicas foram bastantes agressivas, pelo tom de voz e pela disposição após do telefonema, por vezes diziam-me outras não. Saímos de lá cerca das 18h30.
Hoje não existem fotografias porque não se proporcionou, devido aos locais ou às situações. Por hoje é tudo, amanhã vou novamente cedo para Abu Dis.

sábado, 1 de novembro de 2008

1 de Novembro - 4 Dia


10H00 da manhã, não há nenhum contacto por parte da Yehudit Elkana. Resolvo telefonar-lhe, atende de imediato, e após os meus pedidos de desculpa pela hora, perguntei-lhe a que horas me poderia receber. Perguntou-me como estava a minha agenda para hoje, ao qual respondi que não tinha nada marcado então ela disse-me que me receberia em sua casa às 17h00, para tomarmos um café e podermos falar.
Começou por dar inicações onde morava, eu bem tentava ver no mapa, o que ela me dizia (será que não poderia ter posto nomes nas ruas como nós, a rua do Manel, do Zé, etc., não tinham que pôr aqueles nomes todos esquisitos, como por exemplo "Ma'aleh Ze'ev" :)... ).Lá estava eu a desenrascar-me mais ao menos, quando o crédito do meu telemóvel foi à vida, bonito, logo na quene momento, as chamadas aqui são bastantes caras... tive que ir recarregar o telemóvel, mas não lhe liguei de novo, porque a partr do ponto que acabou a chamada estavamos perto da casa dela. Pensei que seria melhor quando estivesse lá mais perto lhe telefonaria, que seria bem melhor.
Como gosto de me preparar, parti naquele momento para lá para ver se dava com aquilo (a andar, pelos menso cálculos, ainda era bastante tempo). Fui nas calmas, passeei pelos parques que encontrei no caminho, bastante agradáveis, diga-se de passagem, até que cheguei ao local onde terminámos a conversa, teria passado po volta de uma hora e meia. Voltei para cima, tentei encontrar alguma coisa onde pudesse comer, hoje está tudo fechado. Após algumas voltase com o estomago a dar horas, encontrei um MacDonalds, YES... Ia a entrar, quando um indivíduo pôs uma mão à minha frente barrando-me o caminho, olhei para ele e ele fez-me sinal para a bolda da câmara. Disse-lhe qu era uma câmara, mas mandou-me abrir a bolsa, bateu-lhe três vezes, e mandou-me seguir (ora esta agora andam-me a bater nas minhas coisas assim sem nem menos?, não gostei, mas pronto, estava com fome e esqueci o assunto.) Após comer, fui para o hotel eram cerca das 14h30, tinha que descansar um bocado, porque até agora só ando a pé e já tenhos uns bons quilómetros nas pernas (não são as pernas que me doiem mas sim os pés, que contínuo com eles ligados).
Descansei até às 15h55, hora a que telefonei para a Avital, uma das pessoas que vou acompanhar ao postos de controlo de Kalandia, na parte da manhã. Atendeu-me o telefone, mas entretanto, disse-me que não me poderia dizer nada naquele momento para lhe telefonar mais tarde, por volta das 20h00. Peguei na minha mochila, coloquei-a às costas, peguei na minha câmara (sem comigo, a minha grande companhia nesta viagem) e lá fui eu, sabia que iria demorar no máximo 30 a 35 minutos, pelos cálculos lque tinha feito de manhã, mas perferia ir com antecedência. Cheguei ao ponto onde tinha estado de manhã às 16h32 minutos. Estava cansado (cá faz calor trouxe dois casacos não sei para quê, ando sempre camisa com as mangas arregaçadas...) sentei-me a contemplar uma fonte de água rodeada por leões em bronze, e a ver as crianças a brincar na fonte com barcos improvisados. Estava a passar o tempo, queria estar assim até às 16h50, hora que telefonaria à Yehudit para saber o resto do caminho.
Às 16h48 toca o telemóvel, era a Yehudit, a perguntar onde me encontrava, disse, que estava no ponto onde tinhamos terminado de manhã, num cruzamento estranho de 2 ou 3 ruas (por um não sei se poderá considerar rua). Disse-me o nome da rua, mas por esse nome não ia lá (as ruas aqui têm diversos nomes, ou podem se designar por diferentes maneiras, por exemplo a rua King David também se chama de David Hamelech - acho que Hamelech quer dizer, não é fácil dar com os nomes), então como estava em frente de umas bombas de gasolina, disse para ir na primeira à direita no sentido oposto às bombas, depois virá na primeira à esquerda e ela estaria aí à minha espera. Mochila às costas, câamaara ao ombro, e lá vou eu em passo de corrida, vou, vou, vou, até que chego a um hotel, Mont Zion Hotel, e penso que não será por ali, telefono-lhe e digo-lhe qque estou em frente ao hotel, se era por ali, disse-me que não, estada no sentido errado, combinámos então na estação de serviço, lá andeia tudo para trás. Quando cheguei começei a varrer com os olhos a estação de serviço, com espectativa em ver qquem seria a Yehudit Elkana, que pela voz parecia ser uma pessoa já com uma certa idade mas com uma firmeza e calma ao falar impressionantes. Os meus olhos centraram-se numa senhora que estada al lado da estação de serviço. Como Eu tinha imaginado, uma senhoraa com uma certa idade. Digi-me a ela e ela a mim, perguntámos os nomes um ao outro. O encontro estava feito. Fomos a caminho da casa, que a propósito, não era no sentido oposto às bombas, mas sim seguir pelas bombas (ia mesmo lá dar com o sítio...). Passados 5 minutos de caminho chegámos à sua casa. Durnte esse tempo pouco falámos, perguntou como tinha corrido as coisas no dia anterior e com quem tinha estado.
Chegámos à sua porta, uma zona de vivendas uito bem consstruídas e bem protegidas. Quando olhei para o lado da prota, que era blindada ( não era a porta de casa mas sim o portão), estava uma painel com código digital câmara de filmar e mais algumas coisas que não percebi (segurança não falta naquela casa, pensei eu). Pouco depois o portão começou a abrir-se, no interior um caminho em pedra rodeado por pequenos jardins, consoante andáavamos, as luzes iam acenendo no jardim, dando a conhecer uma linda vista. Ao chegarmos à porta de casa a porta começou-se abrir automaticamente. Entrei, verifiquei que a casa tinha um grande sistema de segurança, entrar de alarmes bastante moderno (trabalhei alguns anos neste ramos e sei reconhecer quando os sistemas são a sério ou não, este era...) monitor TFT de 9" a cores, que percebi que estava ligado à cãmara na porta exterior e a outras funções, como por exemplo ao ligar e desligar as luzes etc.
A casa era simplesmente um sonho para qualquer um, metade da casa era constituído por estandes com livros, todos muito arrumados, não me tinha enganado na previsãao que tinha feita d Yehudit. Via-se que era bastante culta.Para começar quiz saber como tinha onhecido o seu sobrinho. Sobrinho, pensei eu. Que soubesse, não conhecia nenhum sobrinho dela. Respondi que deveria haver engaano porque achava que não conhecia nenhum sobrinho dela. Respondeu-me que sim, que conhecia, o Yishay Mor. O Yishay Mor era sobrinho dela. Bolas, pensei eu para mim, porque é que sou sempre o úlimo a saber e sou apanhado nestas coisas. Alguém de vocês sabia que ele era sobrinho dela. Se sabiam bem podiam me ter dito. Senão o próprio Yishay teveria ter dito isso. Mas passando à frente.
Começei a contar a história pelo princípio, mas msmo pelo princípio, desde a aaltura que alguem chegou ao pé de mim e do hugo que nos disse ue tinham um projecto que era um projecto de excelência, que seria um prazer trabalhar-se para um projecto de excelência. Alguêm se lembra disso? Não? Não se façam de esquecidos. Ok, voltamos ao que interessa.
Expliquei-lhe tudo, ou pelo menos acho que não faltou nada, desde os contactos do Yishay, aos contactos com o Ari, que ela não conhece, mas conhece muito bem o contacto que o Ari tem, a Noami. Disse-me que o sobrinho já lhe tinha falado deste sistema, pela primeira vez a cerca de 2 a 3 anos (foi quase no início, pelas minhas contas).
Entretanto com o café feito de fresco, pudémo-nos sentar e começar a fazer a apresentação da plataforma. Perguntei-lhe se ela tinha acesso à internet. Respondeu-me que sim, e que tinha wifi em casa. Óptimo, era só o que eu precisava, porque com o meu telemóvel, poderia mostar a funcionar a aplicação, através da rede wifi. Só esperava que não desse barraca. No deu, correu como deveria ter corrido. a Yehudit gostou daquilo que viu, reconheceu o mapa, não sei se foi ela qque disponibilizou aqule mapa para o Mediaboard, onde o fomos buscar pela primeira vez.
Fez testes, leu os posts que estavam criados, tive que lhe explicar que toda aquela informação tinha sido recolhida do site deles ou na internet e inserida por mim, só para funcionar como teste.
Criou novas entradas. Tudo correu bem (UFA, ainda bem, só faltava neste momento correr mal). Passei de seguida para o emulador que temos no nosso servidor para explicar como tudo funcionava, visto que lá poder-se-ia ver tudo ao mesmo tempo e eria melhor a compreensão. Lá verificámos que a informção inserida por ela lá se encontrava. Mas repou logo nas horas de inserção. Quando estávamos a fazer o teste eram 17h32 locais, 15h32 portugueses, mas o blogue presentava 8h32. Tive que lhe explicar que o mais provável é ser a hora onde o servidor do Blogger estava, em princípio nos USA. Isso provou alguma confusão e ela acha ue pode levar a haja enganos. Concordo, temos ver se conseguimos configurar isso no blogger.
A seguir passei para a apresentação que tinha preparada para cá. Lá mostrada os problemas, os objectivos que querias alcançar com o desenvolvimento da plataforma e a explicação passo a passo do funcionamento da aplicação com imagem real.
Após a apresentação, ela fez o apanhado da situação e colocou-me algumas questões. Começou-me por perguntar se a aplicação funcionaria nos telemóveis antigos. À qual respondi que para a aplicação correr o telemóvel teria que respeitar três características: 1) correr aplicações java; 2) suportar o profile MIDP 2.0 e 3) suportar o profile CLDC 1.1. se estas características fossem satisfeitas, correria, senão não. Mas em princípio os telemóveis mais antigos, apesar de a maioria já correr aplicações java, não suportam os dois profiles necessários, logo em princípio não correria. Este foi um problema que sempre levantámos, lembram-se?
A segunda observação quer ela fez foi na sua utilização, ao contrário do que nós pensávamos, que a organização era constituída por um leue muito variado de idades,, não é bem assim. Na realidade existem muito poucos membros novos (em idade, ainda por cim a tive o privilégio de ir ao primeiro checkpoint, com dois dos membros mais novos da organização, a Efrat e a Leah, a mais novinha), a maioria dos membros situa-se entre os 60 e os 80 anos. Logo terão a paartida alguma dificuldade em ligar com a aplicação. Respondi ue o funcionamento da aplicação assemelha-se muito ao enviar um simples sms. E qquando vim vinha com a intenção de dar formação aos membros, mas isso não foi possível, visto que apesar serem uma organização, não têm sede, e reúnem-se de tempos em tempos. Este foi outro problema questionado por nós no início, lembram-se? Os mais velhos será que se adaptavam ou não? Pelos vistos nestes pontos as nossas reflexões foram correctas.
Falei-lhe da minha conversa com a Ronny e a Avital, e ela concordou com o que se tinha dito. Mas também reconhece que este sistema pode ser utilizado em situações menos críticas, como por exemplo no relaato de situções de impedimentos de paassagens de palestinianos, etc. Mas isso levaria a que um membro tivesse como tarefa a monitorização dos blogues para ver quais as alterações. Esta parate era aquela que nós pensávamos que existia, mas não existe. Segundo a Yehudit, poderá ser possível, disse-me que também é membro outra organização de defesa dos direitos humanos, mas não só nos checkpoints, mas sim em todo o território. O que acontece aí é principalmente o ataque dos colonos aos palestinianos. Aí este sistema poderia ser implementado na sua perfeição, visto que muitas das situações não são resolvidas no instante, porque levam tempo, e poderiam ser utilizadas para relatar o andamento das situações.
Ela deu o exemplo muito comum que é, numa pequena localidade as crianças têm que atravessar um terro desértico até outra localidade, para irem para a única escola que existe nas redondezas. Elas têm que levar escolta policial, senão os colonos atacam as crianças. Por vezes o jipe militar não vai e têm ue lhe telefonar a ela a dizer isso. Ela entra em contacto com a comandante da região (sim é mesmo uma mulher :) ) para relatar o caso e peddir que enviem a escolta policial. Com o sistema ela só teria que ir vendo de tempos em tempos como estavam as situações, bastante haver um telemóvel com a aplicaação instalada em cada localidade.
Mas segundo ela, a partir de agora poderermos tratar tudo "electronicamente", gostei do termo que ela aplicou para os contactos poderem ser continuados atravês de mails.
Pediu-me pra me encontrar com a Meraver em Tel Aviv, visto ela ser um das únicas tecnologas que elas têm, combinei com ela que iria terçaa de manhã para Tel Aviv, passaria lá todo o dia com a Meraver, e teria que partir na madrugada do dia seguinte.

Prontificou-se para tratar de organizar todas as minhas saídas plara os checkpoints, telefonando aos responsáveis de cada grupo, combinaando as horas e locais, bem como é que eu poderei lá chegar. Obrigado Yehudit.
Por último pedi-me para quando eu me fosse embora, apagasse a aplicação do telemóvel, e não falásse da organização quando me interrogássem, pois poderia vir a ter problemas. Nunca, referir que fui a checkpoints, porque senão irão fazer-me a vida negra. Dizer que vim como turista e aproveitei paaraa a visitaar a ela, porque era tia de um dos meus colaboradores de mestrado, para lhes dar os contaactos dela que ela falaria com eles caso fosse necessário.
Vamos ver se consigo sair daqui bem... é cada notícia qque assusta.

Entretanto enquanto estava na casa da Yehudit, Avital telefonou-me para combinar aminha saída de manhã, acabou por ser a Yehdit que tratou de tudo,. Saio às 6h30 da manhã para Kalandia.

Por hoje a aventura termina, amanhã haverá mais...

Terminámos por dizer que ela agora conhecia a nossa aplicação, agora é necessário eu acompanhar as rondas para perceber quais as reais necessidades delas.